A Aritmética do Sofrimento | |||
Não há democracia no mundo que possa tolerar mísseis sendo lançados contra suas cidades sem dar todos os passos razoáveis no sentido de impedir os ataques. A grande dúvida levantada pelas ações militares israelenses no Líbano é "o que é razoável"?
A resposta, segundo as leis da guerra, é que razoável é atacar alvos militares, fazendo todos os esforços para reduzir danos a civis. Se os objetivos não podem ser atingidos sem algumas mortes de civis, essas devem ser "proporcionais" às mortes de cidadãos que seriam impedidas pela ação militar. Isso soa muito bem para nações democráticas que deliberadamente instalam suas bases militares longe dos centros de povoação civil. Israel tem sua força aérea, instalações nucleares e grandes bases militares nos locais mais distantes possíveis naquele país. É possível para um inimigo atacar alvos militares israelenses sem infligir "baixas" na sua população civil. O Hezbolá e o Hamás, em contraste, fazem operações militares deliberadamente em áreas densamente povoadas. Lançam mísseis recheados de estilhaços, projetados pela Síria e Irã para aumentar as baixas de civis, e depois se escondem da retaliação vivendo entre civis. Se Israel decidir não ir atrás deles por temor de ferir cidadãos inocentes, os terroristas vencem, continuando livres para atacar civis com foguetes. Se Israel ataca e causa mortes de civis, os terroristas vencem pela propaganda: a comunidade internacional critica Israel por sua reação "desproporcional". Este coro de condenação na verdade encoraja os terroristas a lançarem ataques a partir de áreas civis. Embora Israel faça todo o razoável para minimizar as baixas de civis – nem sempre com sucesso – o Hezbolá e o Hamás querem maximizar o número de vítimas civis em ambos os lados. Os terroristas islâmicos, comentou um diplomata alguns anos atrás, "dominaram a dura aritmética do sofrimento… as baixas entre os palestinos pesam em seu favor e as baixas israelenses também pesam em seu favor". Estes são os grupos que enviam crianças para morrer como terroristas suicidas, às vezes sem que a criança saiba que está sendo sacrificada. Há dois anos, um menino de 11 anos foi pago para levar um pacote passando pela segurança israelense. Sem que ele soubesse, o pacote continha uma bomba que seria detonada por controle remoto. Felizmente, a trama foi descoberta. O mal uso de civis como escudos e espadas exige uma reavaliação das leis de guerra. A distinção entre combatentes e civis – clara quando os combatentes estavam uniformizados – é mais difícil no presente contexto. Agora, há uma massa contínua de "civilidade": a maioria dos civis nessa massa contínua é constituída de inocentes – bebês, reféns e outros totalmente não-envolvidos; no lado mais combatente estão os civis que estão dispostos a abrigar terroristas, fornecer recursos materiais e servir como escudos humanos; no meio estão aqueles que apóiam os terroristas, política ou espiritualmente. As leis da guerra e as regras da moralidade devem se adaptar a essas realidades. Façamos uma analogia instrutiva com a lei criminal doméstica: Um ladrão de banco que faz um caixa como refém e atira na polícia por detrás do seu escudo humano é culpado de assassinato se os policiais, num esforço para impedir o ladrão de atirar, mata o refém por acidente. O mesmo deveria ser verdadeiro sobre os terroristas que usam civis como escudos, e por detrás deles atiram os seus foguetes. Os terroristas devem ser legal e moralmente responsabilizados pelas mortes dos civis, mesmo que a causa física direta tenha sido um foguete israelense disparado contra aqueles que atacam cidadãos israelenses. Israel deve ter permissão de terminar a luta iniciada pelo Hamás e pelo Hezbolá, mesmo que isso signifique baixas de civis em Gaza e no Líbano. Uma democracia tem o direito de preferir as vidas de seus inocentes sobre as vidas dos civis do país agressor, especialmente se este grupo contém muitos que são cúmplices no terrorismo. Israel irá – e deveria – tomar toda a precaução para minimizar as baixas de civis do outro lado. Em 16 de julho, Hasan Nasralah, chefe do Hezbolá, anunciou que haverá novas "surpresas", e que a Brigada dos Mártires de Aska disse que desenvolveu armas químicas e biológicas que poderiam ser acrescentadas aos seus foguetes. Israel não deve ter a permissão de impedir o seu uso? Israel deixou o Líbano em 2000 e Gaza em 2005. Estes não são territórios "ocupados". Porém servem como plataformas de lançamento para ataques contra civis israelenses. A ocupação não causa o terrorismo, então, mas o terrorismo parece causar a ocupação. Se Israel não deve reocupar para impedir o terrorismo, o governo libanês e a Autoridade Palestina devem assegurar que essas regiões deixem de ser um refúgio para terroristas. Sr. Dershowitz é professor de Direito em Harvard |
quarta-feira, 28 de novembro de 2012
Os sofrimentos de israel
terça-feira, 27 de novembro de 2012
conflito entre Israel e Palestinos
- 28 de maio de 1964: Criação da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) durante o Primeiro Congresso Nacional palestino (CNP, Parlamento). Adoção de uma Carta reivindicando o direito à autodeterminação e à soberania para os palestinos e rejeitando a criação de Israel.
- 5-10 de junho de 1967: Guerra dos Seis Dias. Israel anexa Gaza, o Sinai egípcio, a Cisjordânia, Jerusalém Oriental e as colinas do Golan sírias.
- 6-26 de outubro de 1973: Guerra do Yom Kippur. A ONU adota a resolução 338, que estabelece um cessar-fogo e faz um apelo ao diálogo.
- 22 de novembro de 1974: A Assembleia Geral da ONU reconhece o direito dos palestinos à autodeterminação e à independência e autoriza um status de observador para a OLP.
- 27 de março de 1979: Israel e Egito assinam os Acordos de Camp David, e Israel devolve o Sinai.
- 6 de junho de 1982: Israel invade o Líbano para expulsar a OLP e estabelece uma presença militar no país durante 18 anos.
- 6-9 de setembro de 1982: A Liga Árabe adota o plano de Fez, que retoma o apresentado em agosto de 1981 pelo príncipe herdeiro Fahd. O plano reconhece implicitamente Israel e prevê a criação de um Estado palestino e a retirada israelense de todos os territórios ocupados em 1967.
- 10 de novembro de 1987: Explode a Primeira Intifada (levante palestino).
- 13 de setembro de 1993: Após seis meses de negociações secretas em Oslo, Israel e a OLP se reconhecem mutuamente e assinam em Washington a Declaração de Princípios sobre uma autonomia palestina transitória de cinco anos, que outorga autonomia a Gaza e Jericó. O primeiro-ministro israelense, Yitzhak Rabin, e o chefe da OLP, Yasser Arafat, apertam as mãos, um acontecimento histórico.
- 1 de julho de 1994: Arafat chega a Gaza após 27 anos de exílio e cria a Autoridade Palestina, da qual será eleito presidente em janeiro de 1996.
- 17 de maio de 1999: Benjamin Netanyahu não consegue ser reeleito após derrota para o trabalhista Ehud Barak, o que permite recuperar a fórmula "paz por territórios", cunhada por Rabin.
- Julho de 2000: Fracassam as conversas de Camp David II entre Arafat e Barak, com a mediação do presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton.

Palestino entra em choque com soldados israelenses durante a Segunda Intifada, iniciada em 28/9/2000
- Dezembro de 2001: Sharon, o novo primeiro-ministro, decreta o confinamento de Arafat em Ramallah, capital da Cisjordânia, culpando-o por onda de atentados.
- 12 de março de 2002: Resolução 1.397 do Conselho de Segurança menciona pela primeira vez o Estado palestino.
- 16 de junho de 2002: Começa a construção do muro na Cisjordânia.
- 30 de abril de 2003: Publicação do mapa do caminho elaborado pelo Quarteto para o Oriente Médio (EUA, ONU, Rússia e UE), que prevê um Estado palestino até 2005. Os palestinos aceitam, Israel adota o plano em maio, mas faz 14 objeções.
- 11 de novembro de 2004: Arafat morre em Paris.
- 9 de janeiro de 2005: Mahmud Abbas ganha as eleições para a presidência da ANP.
- 15 de agosto de 2005: Israel inicia o plano de desligamento, pelo qual retira de Gaza seus soldados e 8 mil colonos.
- 25 de janeiro de 2006: Grupo islâmico Hamas ganha as legislativas por maioria absoluta.
- Março de 2007: Hamas e partido laico Fatah, da ANP, formam um governo de união nacional, que dura apenas três meses.
- 15 de junho de 2007: Hamas toma o controle de Gaza pela força. Abbas dissolve governo e forma outro, com Salam Fayyad como primeiro-ministro.

Tanques israelenses destroem casa em 16/1/2009 na em Gaza
- 10 de fevereiro de 2009: Netanyahu ganha as eleições.
- 2 de setembro de 2010: Começam em Washington, sob a mediação do presidente dos EUA, Barack Obama, as primeiras negociações diretas com a participação de Abbas e Netanyahu, após 20 meses de paralisação. Elas, porém, terminam sem sucesso, após Israel não renovar moratória de construção de assentamentos na Cisjordânia.
- 19 de maio de 2011: Obama pede que fronteiras israelenses anteriores à Guerra dos Seis Dias sejam base para formação de Estado palestino. Netanyahu rejeita proposta, falando que divisas de 1967 são 'indefensáveis'.
- 16 de setembro de 2011: Abbas anuncia quepedirá a Conselho de Segurança adesão plena à ONU, afirmando que Palestina precisa ser aceita como membro da organização para negociar paz com Israel.
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